Não só de acontecimentos tristes é feita essa história. Macas, seringas, soros, choros ou dores, aventais brancos circulando pelos corredores, cheiro de éter e poucos raios de sol nas frestas dos leitos.
Como toda história de amor, há também os momentos alegres, felizes, inesquecíveis.
O lugar era o mesmo, o Hospital. O dia era o primeiro, de muitos que se prosseguiram dolorosos diante do gótico das linhas feitas pelos tijolos vermelhos.
Após uma série de exames e grandes esperas, impaciências e falta de força nos músculos, um pequeno momento faria sorrir a ela e a mim, pelo menos para mim, para sempre.
Atravessávamos a capela quando o céu fechou. Diante de nuvens espessas a chuva desabou. Cinquenta metros nos separavam da velha capela do subterrâneo do Conde de Lara, onde terminariam os exames.
_Está chovendo! o que faremos? esperamos? indagou.
_Que tal corrermos?
Minha proposta foi aceita com um sorriso. Segurei a sua mão e corremos juntos diante da chuva. Enquanto a chuva nos molhava, ela freou o passo, no que puxou a minha mão.
_O que foi? perguntei.
_Você já beijou na chuva?
Olhei-a por um instante.
Olhei-a por um instante.
E enquanto a chuva caia gradativamente, compreendi o sorriso que abriu-se em seus lábios. E num abraço brusco lhe beijei, demoradamente, enquanto o céu decidia se abria o Sol ou se continuaria a nos brindar com as suas próprias lágrimas.
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Ro, adorei caminhar pelo seu blog viu, diferente que consegue ser aconchegante e muito bom!!!
ResponderExcluirRo, adorei caminhar pelo seu blog viu, diferente que consegue ser aconchegante e muito bom!!!
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