14h05 PM
Hoje recebi uma ligação inesperada e surpreendente.
Quebrou completamente a monotonia do dia quente e seco. Sinceramente eu nunca esperava a ligação.
Do outro lado da linha, senti sua voz me chamar pelo sobrenome:
_Lourenço? lembra de mim?
A voz era familiar, mas demorei alguns instantes, só reconhecendo-a quando revelou seu nome.
Eu muito surpreso, me perdi nas palavras, pois a vontade de dizer tantas coisas e perguntar tantas outras era tão grande que falei bem pouco. Tratava-se de um interurbano, distante.
_ronaldofoipraguerra, esse é seu e-mail?
_Sim, esse mesmo.
_Vou te escrever, soube que você foi embora, fiquei muito tempo afastada. Não quero perder você, nem a Lucélia. São pessoas que gosto muito, irei pra São Paulo em Breve.
Um breve adeus se deu......e passei o dia inteiro pensando....
******
7h13 AM
Esparramado na cadeira nova do posto o telefone toca.
_Ronaldo bom dia.
_Até que enfim te achei, aliás, você está atrasado...
Fiquei em silêncio. No meio de centenas de atendimentos, a voz dela era uma delas. Também me era familiar aquela voz.
_Você não se lembra de mim? eu tenho a memória boa... Lembro bem do seu nome e da sua voz.
Tentei dar andamento à conversa, mas fui prontamente desarmado. Ela conhecia toda a técnica de conversação.
Conversamos por volta de 2h e meia... e me recordei de quem era aquela voz. Aquela voz havia me posto anteriormente num domingo inteiro em reflexão, que se estendeu pelo resto da semana. Aquela voz me perturbava, porque eu não sabia o que fazer e me fazia perder o controle da conversa. Conduzi até onde deu, até baterem na porta. Estava na hora de eu ir embora. Dei um breve adeus e conforme me pediu, descrevi como estava azul o céu daquele dia.
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