não era uma mulher comum,
Sua cabeça era uma abóbora,
seus olhos emitiam raios de sol
em forma de violinos cantantes
Espadas cobriam-lhe a cabeça
e sua voz desafinada lançava ao ar
corações azulados que cantavam óperas
A mulher que sonhei
A mulher que sonhei
ao invés de braços possuia serpentes
com oito olhos flamejantes, cada uma
suas mãos era um cristal pentagonal
Seu corpo era um cavalo com asas
e seus seios, duas maçãs mordidas
A mulher dos meus sonhos
tinha as pernas em forma de machado,
que ceivava as nuvens...
me aproximo da mulher
e beijo-lhe a boca que era uma janela
e dentro da janela estou dormindo,
numa cama feita de feijões,
cujas pernas escrevem
poemas de amor.
* Este poema é uma reprodução do poema original escrito em 1997 durante um exercício na aula de literatura, sobre o surrealismo. A proposta era que escrevêssemos um poema com elementos fora da realidade, surreais. Escrevi numa folha de caderno e guardei. Em 2002 durante um evento na Unesp, os alunos montaram um varal de poesias próximo à biblioteca. Felipe Iszlaji, meu colega de turma, perguntou-me se eu tinha algum poema para compartilhar, e dei-lhe o poema surreal. Infelizmente Felipe perdeu o original e passei anos tentando me recordar do poema. Oito anos depois, acordei com o poema na cabeça, e eis que transcrevo-o com 99% de fidelidade.
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